O ABAONO DE CRIANÇAS

MARCILIO, Maria Luiza, FREITAS, Marcos Cezar de (Org.) História social da infância no Brasil. 2º. Ed. Rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2003.

Segundo Marcilio Maria Luiza, o abandono de crianças vem desde a Idade Média, e neste período surgi à roda dos expostos, vindo da Itália. Elas surgiram particularmente com a aparição das confrarias de caridade, no século XVII. Uma das confrarias e a do Santo Espírito nasceu em Montpellier, sul da França (entre 1160 a 1170), fundada pelo frei Guy, junto ao Hospital, para assistência aos pobres, aos peregrinos, aos doentes e aos expostos.
O papa Inocêncio III, chocado com o numero de bebês encontrados mortos no Tibre, transferiu essa irmandade para Roma, criando o Hospital de Santa Maria In Saxia (1201-1204), sedo nomeado frei Guy seu Mestre. Nascia assim o primeiro hospital destinado a acolher as crianças abandonadas e assisti-las. Séculos depois seria exportado para outros continentes.
No Hospital de Roma, entravam os expostos, através de uma “roda”, onde se depositavam os bebês, estando rigorosamente vedada a sua identidade e a do expositor. Como os mosteiros medievais recebiam crianças doadas por seus pais, para o serviço de Deus, muitos pais que queriam abandonar um filho utilizaram a roda dos mosteiros para nela depositarem o bebê. Esperavam eles que o pequeno não só teria os cuidados dos monges, como seria batizado e poderia receber uma educação aprimorada. Devido o uso indevido das rodas dos mosteiros, surgiria o uso da roda para receber os expostos, fixada nos muros dos hospitais que foram sendo criados a partir dos séculos XII e XIII para cuidar dos meninos abandonados.
A confraria do Santo Espírito chegou a Portugal dedicando-se desde sua vinda às obras piedosas. A primeira instituição de assistência direta à criança abandona, em Portugal, foram criadas mediante os esforços conjugadas da sociedade, do clero e da Coroa, a ação decisiva, no início partiu das mulheres da lata nobreza, infantas e rainhas. Em