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Mas, se o cenário conjuntural não ajudava, escolher o Uruguai como sede fazia todo o sentido no âmbito esportivo. A equipe sul-americana venceu as edições de 1924 e 1928 dos Jogos Olímpicos, feito que justificou o rótulo de Celeste Olímpica, até hoje ostentado pela seleção uruguaia. Também ajudava, no plano simbólico, o fato de o Uruguai completar 100 anos de independência em 1930.
Com esse misto de argumento econômico e técnico, o congresso da FIFA realizado em Barcelona, em 1929, definiu que a primeira edição do Mundial no Uruguai. Na prática, houve um quê de improviso, na base do convite, sem eliminatórias. Apenas quatro equipes do Velho Continente toparam a empreitada de cruzar o Atlântico em navios, casos de França, Bélgica, Romênia e Iugoslávia. Completaram o torneio oito seleções sul-americanas, Estados Unidos e o México. O sorteio das chaves só foi definido quando todas as equipes já tinham chegado ao Uruguai. As partidas foram disputadas em apenas três estádios de uma única cidade, a capital Montevidéu.
Na final, no Estádio Centenário, com capacidade para 100 mil torcedores, Uruguai e Argentina mediram forças. Mesmo com desvantagem de 2 x 1 no intervalo, a Celeste levou o título com três gols na etapa final: 4 x 2. O presidente da FIFA, Jules Rimet, entregou ao capitão José Nazassi o troféu. O dia 31 de julho, data seguinte à decisão, foi declarado feriado nacional uruguaio.
Brasil coadjuvante
A estreia da Seleção Brasileira nos Mundiais exigiu uma viagem de 15 dias de navio e refletiu um racha entre dirigentes do Rio de Janeiro e de São Paulo. A comissão técnica da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) foi