N ufragos do futuro apenas 3 cap
No dia marcado para a viajem, estavamos todos apreensivos dentro de um taxi flutuante, na cor amarela viva e confortável como todos os táxis dessa nossa modernidade, rumo ao porto, onde pela primeira vez iria encarar meu destino de frente. Apesar de ser manhã, estava um dia opaco e úmido. O céu, acizentado, refletia por aquelas janelas de vidro alguma possibilidade de chuva, o que fazia-me preocupar, já que enfrentaria o mar. Meu pai estava sentado no banco da frente, enquanto que eu, Eloá e minha Avó estavamos sentados no banco de trás. Minha avó estava ao meu lado e segurava forte minhas mãos, mas seu rosto denunciava uma serenidade, como se já estivesse preparada a me ver partir. Depois de longos minutos estacionou-se o Táxi no que seria o porto e meu coração gelou. Olhei para Eloá e ela já saltava para fora da porta, esboçando tremenda felicidade. Amedrontado olhei para minha avó Alessandra, que calma e ainda segurando minhas mãos encarou-me percebendo tal exitação, dizendo por fim:
- Vai ficar tudo bem meu neto - disse com voz tremula beijando minha testa como costumava fazer. Pela primeira vez seu jeito e lentidão não haviam assustado-me.
Retribui seu beijo confiante e então abri a porta do táxi. Saindo dele, deparo-me com um porto extremamente confuso, cercado por uma multidão, um extenso navio e muitos policiais. Enquanto que Eloá e meu pai desciam as malas do taxi, coloquei-me juntamente com minha avó a observar fascinado, o enorme navio, que já se destacava em minha visão. Meu coração quase saltava pela boca e começava a sentir aqueles arrepios no estômago, era realmente uma forte emoção. Mesmo observando bem de longe, já conseguia ver o imenso navio com exatidão, ele era enorme e adornado em dourado, sua pintura predominante era branca, suas janelas redondas eram negras e no centro do navio também escrito em dourado “Polli 554” marcava o que seria o seu nome. Com a intensidade de adrenalina passando, percebo-me cercado