M TODO SOCR TICO
Quando se estuda filosofia nas faculdades, e muitas vezes em outros cursos ou até mesmo fora dos ambientes universitários, muito se ouve falar sobre Sócrates. Seus diálogos são constantemente citados, não raro como lições de moral.
Entretanto, corre-se um sério risco de fazer de sua filosofia cópias ou imitações. Por isso, ao longo deste trabalho percorremos um caminho de análise do método de Sócrates. Procuraremos, então, perceber suas intenções ao seguir determinado caminho em detrimento de outros.
Assim, observando-o com um olhar mais acurado, poderemos haurir de sua obra, algo mais que meros diálogos com fundo moral, aproximando-nos um pouco mais do Sócrates histórico e do que ele quis fazer em seu tempo.
Sócrates nada de escrito deixou para que a posteridade pudesse conhecer seu pensamento. O que se sabe a respeito dele vem de discípulos e admiradores, que o exaltam (principalmente Platão e Xenofonte) ou de adversários, que o satirizam (principalmente Aristófanes). Quem mais nos fala sobre ele é mesmo Platão, seu discípulo, que narra os diálogos de seu mestre pelas ruas e praças de Atenas. É até difícil distinguir o que é pensamento de Sócrates do que é teoria de Platão na boca de Sócrates. Para ter mais segurança, é sempre bom comparar as diversas fontes para se chegar pelo menos mais próximo do Sócrates histórico.
Sócrates era um homem público e simples. É assim que acontecem as narrativas de Platão, nos diálogos cotidianos de seu mestre com interlocutores diversos. Como Sócrates não cobrava por seu ofício, conversava com pessoas de qualquer classe socioeconômica. No entanto, não conversava sobre qualquer coisa, mas só sobre um assunto sobre o qual quisesse demonstrar a ignorância do interlocutor a respeito. Sua “filosofia de vida” é o que estava escrito no Oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”. A partir daí ele sempre confessava a própria ignorância: “Só sei que nada sei”. Assim, confessando-se ignorante a respeito dos