M Sica Em Traipu
Um dos fatores que possibilitaram a difusão da música, foi a hidrovia do São Francisco, interligando os municípios ribeirinhos. E, por se tratar de uma via de transporte bastante popular e barata, possibilitou o compartilhamento da cultura de centros mais desenvolvidos com as pequenas povoações.
Penedo, uma das mais importantes povoações do Brasil, que tem como data oficial de sua povoação o ano de 1535, se tornou um dos primeiros e um dos mais importantes centros musicais do Baixo São Francisco. Desta forma, o desenvolvimento musical não tardou por vir. Em 1804, um pequeno grupo composto por duas rebecas, um rabecão e quatro vozes, regido pelo capitão Manoel Pereira Sampaio Silva fazia apresentações na Igreja Matriz na missa do Santíssimo e recebia uma anuidade de 201.000. Sobre grupos com essa formação, dá testemunho o Imperador D. Pedro II, quando cita em seu diário de viagem “uma música de rabecas e outros instrumentos” que tocou na recepção (na oportunidade de sua viagem pelo São Francisco em direção a Paulo Afonso) tanto em Piaçabuçu como em Penedo, como em outros lugares do Brasil, a exemplo da cidade de Recife, em Penedo, por volta de 1890, as bandas de barbeiros” - compostas por negros ex-escravos sem formação musical e que executavam peças populares de ouvido – faziam apresentações em festas públicas e em procissões religiosas.
Um fato importante para o desenvolvimento musical em Penedo foi a fundação em 16 de agosto de 1865 da Sociedade Phyl harmônica sete de setembro, por Manoel Pereira de Carvalho Sobrinho e alguns amigos, com o objetivo de cultivar a música e a dança. Essa sociedade mantinha aulas de música e dança.
Traipu, segunda freguesia do Baixo São Francisco e pertencente a Penedo, não tardou por encontrar seu veio musical.