L Der Vigilante X L Der Operacional
George S. Day e Paul J. H. Schoemaker**
Quando a fabricante de medicamentos holandesa Organon International Inc. conduziu testes clínicos para uma nova anti-histamina, a secretária responsável em fazer os registros dos voluntários dos testes, que fariam checkups médicos, percebeu algo: alguns deles estavam animados além do normal. Uma observação externa, talvez, mas ela achou que valia a pena compartilhar isso com os gerentes que conduziam o teste. Eles investigaram isso com profundidade e identificaram que todos os voluntários exacerbadamente animados, no teste, estavam tomando a droga. Ao final, a droga provou ser ineficiente como um produto antialérgico, mas os pesquisadores descobriram que estavam com um eficiente medicamento para o combate à depressão. Lançada no mercado, o produto tornou-se um sucesso de vendas.
Isso jamais teria ocorrido se a secretária citada não tivesse sido treinada para prestar atenção a detalhes e acreditar no que via, nem se os gerentes não fossem receptivos a ouvir o que uma colega de empresa tinha a dizer e levar isso a sério.
Modelar tamanha vigilância é uma habilidade de liderança extremamente valorizada, por conta de sua escassez. Os investidores querem saber se os líderes estão ignorando os sinais de aviso ou “perdendo o bonde”. Por outro lado, os líderes vigilantes podem identificar oportunidades e ameaças antes dos concorrentes.
Os conselhos de administração das empresas não esperam por premonições. Acreditam sim, fielmente, na liderança de uma equipe como fator de percepção e ação para sinais e avisos de problemas ou oportunidades.
No entanto, a lentidão para “cair a ficha” é a norma, em situações como essa. Por exemplo, as lideranças da Monsanto demoraram para perceber o crescimento da opinião pública contra os alimentos geneticamente modificados. Recentemente, a crise imobiliária que derreteu gigantes que operavam no setor tinha dado sinais de vida há vários anos, mas foi ignorada