A “tele-visão” do mercado religioso: uma análise da estratégia televisiva da Igreja Universal do Reino de Deus
XIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte – Belém - PA – 01 a 03/05/2014
A “tele-visão” do mercado religioso: uma análise da estratégia televisiva da Igreja Universal do Reino de Deus1
Rodrigo Cabral da SILVA2
Raymundo Heraldo MAUÉS3
Universidade Federal do Pará, Belém, PA
RESUMO
A religião está presente em várias televisões em todo o mundo. Radiodifusão e religião ocupam lugares de significativa importância e eminência na cultura, em diversas sociedades. E, quando elas se unem de forma estratégica, podem resultar em uma ferramenta poderosa para a massificação de uma doutrina. Este artigo analisa as estratégias televisivas da Igreja Universal do Reino de Deus para garantir sua legitimidade enquanto mediadora do poder do Espírito Santo e, consequentemente, ampliar o seu número de seguidores, em Belém do Pará, no norte do Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Religião; tele-evangelização; poder simbólico; mercado religioso; neopentecostalismo.
Falar de Deus, falar por Deus e dizer que o escutamos configuram-se como lugares de fala que, em virtude de determinados objetivos e perspectivas, peculiarizam formas de enunciação, que podem ser usadas como instrumentos de persuasão. Na Idade
Média, por exemplo, o domínio da informação e a indivisibilidade dessa experiência conferiram à ortodoxia católica características axiomáticas que permitiam à Igreja, então, reorganizar os discursos divinos, relendo “verdades” das Sagradas Escrituras, de modo a legitimar-se como detentora de um poder sócio-político-econômico.
Com o passar dos séculos, outras experiências e acontecimentos vieram mudar a trajetória do pensamento humano. O Renascimento, o surgimento da Imprensa, a
Reforma Protestante (marcos do séc. XVI), e o Iluminismo (séc. XVIII e XIX),
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Trabalho apresentado na DT 6 – Interfaces Comunicacionais do XIII Congresso de Ciências da Comunicação na
Região Norte,