A índia e o oceano índico
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Desde os tempos mais remotos da Antiguidade, a Índia excitava a imaginação dos ocidentais. O sonho de abrir caminho aos tesouros dessa terra de maravilhas era acariciado por todas as cidades comerciantes do Mediterrâneo, com exceção de Veneza. A vitória de Saladino (1187) implantara por séculos a dominação muçulmana nas costas da Síria e do Egito, regiões vitais para os objetivos ocidentais, e tanto os europeus o sabiam que dirigiam a quinta Cruzada (1218-1221) contra o próprio Egito e esta terminou em fracasso. O grande problema dessa dominação territorial é que as cobiçadas especiarias indianas deveriam necessariamente transitar através dos territórios dominados pelos muçulmanos, que haviam adquirido o monopólio como intermediários e com isso obtinham lucros que giravam em torno de 300%. Nessa época como a Pérsia ainda estava sob domínio tártaro, os mercadores italianos puderam ir diretamente a Índia e assim os europeus aprenderam onde cresciam as especiarias e a que preço estas eram vendidas. Assim, quando foram mais uma vez cortados do comércio indiano ficaram a espreita de qualquer oportunidade de encontrar uma nova rota para essas “’Índias onde crescem as especiarias”. Os venezianos obtinham de longa data o monopólio do comércio oriental na Europa. Esse feito dos venezianos aprisionava seus detestáveis rivais, os genoveses, num Mediterrâneo, o qual estes tinham que evitar a qualquer custo se quisessem sobreviver. Os genoveses, por sua vez, eram conselheiros muito ouvidos na corte,inovadores em matéria de técnica comercial e pioneiros das grandes descobertas oceânicas, já que a máquina governamental genovesa era controlada por interesses pessoais ao contrário da veneziana, na qual o estado regia soberanamente a economia. Na última década do século XIII, os genoveses submeteram um plano a Ilcã Argum, da Pérsia, que consistia em desviar as especiarias para o golfo Pérsico e então encaminhá-las por via terrestre até os portos ao norte do Levante, onde