A visao da religão sobre o homossexualismo
*A doutrina da Igreja e sua antropologia implícita
Em todas as religiões há uma delimitação estrita e muitas vezes uma reprovação dos atos homossexuais. Mas as relações “homoafetivas” são geralmente valorizadas: amizades viris entre guerreiros, ternura entre as mulheres... O judaísmo e o cristianismo primitivo não são exceção.
A Igreja Católica afirma, por outro lado, que existe um valor moral universal dos atos humanos, independente das circunstâncias desses atos. Ela considera os atos homossexuais “objetivos” como pecaminosos. Entretanto, distingue a moralidade dos atos da responsabilidade das pessoas que as vivem. Nas situações “homoafetivas”, a Igreja católica não aprova a passagem ao ato sexual, apesar de reconhecer que a avaliação da liberdade real e, portanto, da responsabilidade moral dos indivíduos, é sempre difícil de fazer. Uma pessoa homossexual não é responsável por sua orientação psico-afetiva, e não necessariamente controla a expressão. Na teologia contemporânea, o argumento central é baseado em uma antropologia na qual a diferença dos sexos, com o seu significado teológico – a união entre homem e mulher à imagem da relação com Deus – é um elemento essencial da identidade e do desenvolvimento