a vida
Tudo é escolha nossa. Apesar disso, muitas vezes, revoltamo-nos quando, ao toque da realidade que sempre toma o nome de desilusão, o reflexo de nossas escolhas nos atinge o coração, com resposta diferente da que esperávamos, porém a única possível como reação de nossos atos. Enganar-se na escolha é fato tão comum a nós todos como a presença do sofrimento e da dor, instrumento de reajuste a que por essa razão fizemos jus. Revoltar-se diante das consequências de nossos próprios atos é tão ingenuo e inadequado quanto nossa teimosia em conduzir a vida como se ela pudesse nos obedecer, servindo às nossas fantasias e infantilidades.”
“Prefiro pensar que a minha vida ainda não começou, mesmo que, segundo meus cálculos pessimistas, ela já esteja na metade. Ainda não fiz nada que eu queria fazer, não realizei um sonho muito importante, não fiquei feliz vinte e quatro horas sem precisar fazer pausas para chorar escondido, não descansei a minha cabeça no travesseiro no fim do dia me sentindo realizada por estar viva, não respirei profundamente e em seguida sorri ao admirar a paisagem incrível que me cerca, não senti o vento tocar calmamente o meu rosto, não pude estar com quem eu queria estar em um lugar lindo, calmo e só nosso, se sentindo em paz do jeitinho que a gente sempre sonhou. Aqui a paisagem não é nada linda e a vida não é fácil, mesmo que para alguns minha vida aparente ser muito boa e cômoda. Nada se tornou real ainda, pelo menos não totalmente. Então prefiro fantasiar que todos esses anos que passaram até agora é somente uma espécie de vazio que só vai se findar quando minha vida de fato começar. Mas, confesso que, morro de