A vida samuel klein
|Comércio eletrônico, estoques baixos, gestão profissional. Na Casas Bahia não há nada disso e mesmo assim ela vem sobrevivendo à |
|crise do varejo. Como consegue? |
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|Por José Roberto Caetano |
|São Paulo, 22 de setempro de 1999 (Edição 697) - Imagine uma empresa que funciona do seguinte jeito: os cheques de pagamento são |
|assinados apenas pelo dono, sua mulher e o filho mais velho. Os estoques de mercadoria dão para 60 dias. O transporte de produtos |
|é feito somente em caminhões próprios. A página na Internet não mostra nada além de um endereço. As lojas (estamos falando de uma |
|rede de eletrodomésticos) não primam pela organização ou por seu design - na verdade, a fachada de algumas parece não ver uma boa |
|demão de tinta há anos. |
|Você diria que uma empresa assim dá certo? Antes de arriscar uma resposta preconceituosa ou execrar esse perfil com base nos |
|mandamentos da administração moderna, fique sabendo: a empresa existe e dá certo, sim. Pelo menos deu até agora. Estamos falando da |
|Casas Bahia, a maior revendedora de produtos eletroeletrônicos do país, fundada há 41 anos em São Caetano do Sul, no ABC paulista, |
|pelo imigrante polonês Samuel Klein. Suas 250 lojas despejam nos mercados do Sul e do Sudeste uma média mensal de 50 000 televisores,|
|20 000 geladeiras, 30 000 videocassetes e 50 000 fogões. Seu faturamento somou quase 2 bilhões de dólares em 1998. "É uma máquina de |
|vender", diz Pedro Paulo Giacomo, gerente da área de eletrônica de