A vida nos finais da década de 20.

A vida nos finais da década de 20

João Pestana, de 98 anos, único sobrevivente de seus entes queridos, conta-nos a sua história de vida no tempo da grande crise de 1925.
Entrevistador: Boa tarde, Sr. João, gostaríamos de fazer algumas perguntas sobre a crise vivida na sua época em que viveu no século 20 de investigação e para um estudo da vida quotidiana antiga.
Sr. João: Boa tarde, claro que poderei ajudar.
Entrevistador: O que contribuiu para a crise naquela altura?
Sr. João: O pânico instalou-se na quinta-feira de 24 de Outubro (conhecida como a quinta-feira negra), quando 13 milhões de ações foram postos no mercado a preços baixíssimos e não houveram compradores. Esta catástrofe ficou conhecida como o Crash da Bolsa de Wall Street. Nos meses que se seguiram, centenas de milhares de acionistas conheceram a miséria.
Entrevistador: Que que isso significou para os acionistas?
Sr. António: A ruína dos acionistas significou a ruína dos bancos, que deixaram de ser reembolsados. Com as falências bancárias, a economia paralisou, pois cessou a grande base de prosperidade americana – o crédito.
Entrevistador: O que aconteceu à produção?
Sr. João: Ao longo da década de 20, muitos bens eram adquiridos com o recurso ao banco. Contudo, a partir de 1927, o consumo estagnou, mas a produção continuou a crescer. Por isso, muito do que era produzido ficava sem se vender por falta de compradores. Daí, veio a chamada a Super Produção.
Entrevistador: Como à grande depressão afetou a população?
Sr. João: A Grande Depressão foi responsável por cerca de 30 milhões de desempregados. Os países mais atingidos foram os Estados Unidos (com 12 milhões de desempregados), a Alemanha (com 6 milhões de desempregados) e a Inglaterra (com 3 milhões de desempregados).

Entrevistador: Já trabalhava naquela altura?
Sr. João: Sim, tinha dez anos e ajudava na agricultura, com a ajuda dos meus irmãos. Todos lá em casa tínhamos que trabalhar, pois éramos muitos e o meu pai estava