A vertente humanista
Hall, Lindzey e Campbell (2000) referem que a psicologia humanista é a representante de um esforço teórico e prático para unificar a personalidade humana. A visão atomizada e fragmentária de ser humano, cujo ápice está nas influências de Descartes e do associacionismo, foi duramente criticada por psicólogos que defendiam que a personalidade só poderia ser adequadamente compreendida se vista como um todo organísmico. Isso significa que só há sentido compreender o comportamento humano como uma totalidade.
A teoria organísmica embasa o pensamento e a prática dos psicólogos humanistas do século XX (Hall, Lindzey E Campbell, 2000). Ela postula, assim como as correntes pertencentes ao movimento humanista, que:
1. A personalidade deve ser compreendida como possuidora de uma unidade, consistência e coerência. Essa organização é inerente ao organismo, e a fragmentação, em qualquer nível, é indicativa de patologia e sofrimento;
2. É possível compreender as partes constituintes da totalidade do organismo, mas jamais se devem abstrair as partes da relação com o todo
organizado. A parte é considerada a partir de sua associação com o organismo total. Só se compreende o funcionamento da totalidade vendo-se o todo, e não se pode encontrar nas partes os princípios que regem o comportamento global do organismo;
3. Existe um motivador global do comportamento, chamado de auto- realização ou auto-atualização. Ele sintetiza o esforço humano para realizar as potencialidades latentes, e este movimento é o que dá o sentido e propósito para a vida;
4. As potencialidades inerentes do organismo devem ser livremente desenvolvidas. Embora esta perspectiva não desconsidere as influências do meio sobre a pessoa, o meio não pode obrigar o organismo a se comportar de uma forma que vá contra a sua natureza. Contudo, se isto acontecer, pode se originar a patologia: se a pessoa for deixada para se desenvolver com suas próprias potencialidades,