A Verdade Efetiva
SEGUNDA LIÇÃO
A VERDADE EFETIVA As ideias de Maquiavel romperam com o pensamento antigo e medieval que imaginava um Estado ideal de como deveria ser, já o secretário florentino escreveu sobre o Estado real, fazendo interpretações da realidade das coisas como elas realmente são, sem buscar imaginar reinos perfeitos. Grande conhecedor dos mestres da Antiguidade, buscava na história a leitura do livro verídico da vida, o qual na análise empírica do passado, conseguiria fazer previsões do futuro do Estado, pois Maquiavel via uma constância no comportamento humano, via no homem a tendência a maldade, assim, existindo uma circularidade de comportamento, seria necessário remediar essas más inclinações com medidas eficazes. Nessa verdade efetiva e não de fantasia, Maquiavel batizou a busca pela “verità effettuale”, ou seja, análise empírica por excelência. Nessa nova abordagem de política em que as lições são extraídas da realidade, promove uma nova ciência política em que o príncipe, deverá agir de acordo com a necessidade política, pois os fenômenos políticos obedecem às suas próprias leis, estando sujeito o príncipe, tomar decisões que vão contra a moral ético-cristã pelo bem da coletividade. Partindo da incerteza de que no mundo da política nada é estável e que o espaço político se constitui e é regido por mecanismos distintos dos que norteiam a vida privada, descobre os fatores transitórios e circunstâncias que existem nas diversas ordens estatais. Principalmente por ter sido durante quatorze anos chefe da Segunda Chancelaria, tendo assim, contato efetivo. Maquiavel foi o primeiro analista moderno do poder. Sendo considerado o Galileu Galilei das Ciências Políticas e, atualmente, herói da independência italiana. Elaborou um conjunto de leis com os comportamentos que um príncipe deveria ter, assim, possibilitando que ao escrever sobre como um príncipe deve conquistar e manter o poder, ensinou o povo a amar a liberdade. Para