A Verdade da Comissão

A verdade da comissão

A história se aproximaria mais da verdade pelo que se esconde do que por aquilo que se quer revelar. Verdade manipulada ou pela metade não é verdade é apenas uma versão. Verdade não se faz apenas com umas assinaturas de rodapé. A verdade está nas consciências insondáveis dos personagens que a viveram, os quais não estão necessariamente dispostos a confessar com o mesmo peso os seus acertos e erros, pois os tempos mudam, o que era louvável a uma geração é repugnante a outra, se a tendência em outro tempo era lutar a favor da ditadura do proletariado, hoje o que é politicamente correto é lutar pela democracia, pela igualdade, pela tolerância entre os povos e pelo direito a dignidade humana.
Não tem cabimento criar a versão de uma historia política nacional onde os personagens envolvidos se tornem mártires, paladinos, demônios e carrascos. O que sempre houve foram homens e mulheres influenciados por ideologias, ou inebriados pelo poder, ou manipulados por estruturas institucionais ou partidárias que entraram em um processo de radicalização recorrendo ao mais deplorável dos argumentos ou a falta deste, a violência, esta em forma de perseguição, censura, sabotagem, mentira, cinismo, terrorismo, tortura, assassinato, roubo, seqüestro, emboscada, difamação, estupro, mutilação, inquietação, ameaça, intimidação, preconceito, assalto, manipulação, tráfico de influências... e outras atitudes desumanas e covardes, não havia bonzinhos nem éticos, para usar qualquer uma destas deploráveis armas era necessário apenas estar ao alcance.
É certo que no embate das partes houve agentes obstinados pela causa, traidores, covardes e muitas vitimas, mas dificilmente encontraremos heróis, apesar de ter havido poucos corajosos e lúcidos que levantaram a voz para denunciar a estupidez das partes envolvidas. O incomodo é que não é possível voltar ao passado para corrigir os muitos erros, nem mesmos amenizar as dores de quem perdeu seus entes queridos, isto nem