A urss e as reformas da perestroika
1. INTRODUÇÃO
Na segunda metade dos anos 70 a União Soviética, país que antes estava entre os mais desenvolvidos, começou a perder o seu impulso, sua economia começou a estagnar-se e o desenvolvimento socioeconômico começou a ser afetado. A produtividade era baixa em relação à dos demais países, os gastos estatais eram excessivos, as reservas começaram a escassear-se, o padrão de vida da sociedade deteriorava-se (Gorbatchev, 1989). Reformistas identificaram os problemas basicamente como relacionados a uma má administração: desperdícios, falta de atenção à qualidade dos produtos e às exigências da população, excessiva prioridade dada à indústria pesada em relação ao setor de bens de consumo, excesso de controle, centralização e verticalização, além da lentidão da gestão. Urgia-se por melhorar o aparelho produtivo, aumentar a eficiência e produtividade (Rodriguez, 2006), deturpados pela falta de incentivos que o sistema socialista dá à produção eficiente.
Com o intuito de “reverter a contínua diminuição do ritmo de crescimento econômico, a estagnação, modernizar o processo produtivo, o sistema de gestão e superar o fosso tecnológico que se abria em relação ao Ocidente” Gorbatchev anunciou ao assumir o cargo de secretário geral da Rússia, um plano concebido por ele, não de forma improvisada, chamado Perestróica (Rodrigues, 2006 p. 217), definido por seu autor como uma revolução, “uma decisiva aceleração do desenvolvimento econômico e sócio cultural da União Soviética, que envolve mudanças radicais na direção de um qualitativamente novo Estado” (Gorbatchev, 1987 apud Vithal, 1988, p. 4, trad. livre). Seu objetivo máximo era, seguindo a retórica comunista, aumentar o estado de bem-estar da população, através do fornecimento de bens industriais, comida, serviços, educação, cultura e saúde; o que dependia de um significativo aumento das forças produtivas e melhoras na economia (Mau,1995 p. 388-9).
2. ANTECEDENTES