Fichamento a educação depois de 1968
PRADO Jr., Bento. “A educação depois de 1968 ou cem anos de ilusão”. In. PRADO Jr., B. (org.). Descaminhos da Educação. Pós – 68. São Paulo: Brasiliense, 1980.
O texto de Bento Prado identifica a crise da sociedade e consequentemente a crise na educação e pergunta qual o possível sentido da educação, qual o lugar social da escola.
A Educação Depois de 1968, ou Cem Anos de Ilusão
I
“Os leitores mais jovens — a massa dos estudantes universitários — talvez não tenham uma ideia muito clara da ruptura representada, em termos mundiais e nacionais, pelos acontecimentos de 1968. (…)É útil, portanto, que nós, um pouco mais velhos, protagonistas daquela crise (que nos transformou a nós mesmos), falemos hoje de suas implicações e de como provocou uma profunda alteração de nossa consciência do processo educativo.”(p.87) “(…) depois de 1968, importa menos a questão do conteúdo do ensino do que a questão, bem mais complexa, do lugar social da escola, ou do possível sentido moderno da educação. (…) nós que herdamos, de maneira torta e através de múltiplas mediações (principalmente a da filosofia das luzes), a crença na educação como meio de redenção moral e política, poderemos mantê-la, hoje, quando a educação foi quase inteiramente identificada com escolarização? A escola, instituição contingente e de nascimento tão recente, poderia suportar o peso desse compromisso firmado há tantos séculos?” (p.89) “Antes de 1968, grosso modo, filósofos e pedagogos discutiam o estilo da escola e as estratégias da educação, sem jamais pôr em questão o lugar social da escola e, sobretudo, a eficácia da escola enquanto tal como Forma de educação.”(p.90) “(…) à tradição do pensamento pedagógico de inspiração socialista, é que se tratava de um pensamento essencialmente reformista, que partilhava as ilusões (…) Quanto aos reformadores, como mostra o mesmo autor, era o caso de uma versão tardia da filosofia das luzes.(…) Tudo se