A Umbanda em Angola
O texto é resultado dos estudos da obra Ilundo - Espíritos e Ritos Angolanos, União dos Escritores Angolanos. Dediquei-me ao texto porque Zeladores e afins, todos sem origem, tentavam legitimar atividades retiradas do livro, alegando o “resgate de ritos e mitos” tradicionais bantu. Debrucei-me a descontento para que não dialogassem sozinhos, não impusessem a insanidade descontrolada nem ludibriassem os puros de coração. Enfim, a luta é grande contra os estelionatários da fé.
Oscar Ribas, filho de pai português e mãe angolana, nasceu em 1909, viveu em Portugal onde estudou Aritmética Comercial, fazendo disto, sua profissão. Ficou completamente cego aos 36 anos. É considerado o fundador da ficção literária moderna angolana e, nos anos 60 publicou o livro Ilundo – Espíritos e Ritos Angolanos, o tão famigerado possuidor de segredos. Ajudado por sua mãe, foi o único investigador sobre este sincretismo dito angolano, denominado Umbanda.
Segundo ele, em Luanda se concentram os principais Centros de Umbanda de Angola, com seus sincretismos religiosos, onde se misturam a curanderia, o espiritismo e o cristianismo, com grande participação folclórica. Umbanda é uma palavra das línguas bunda, que diz ser “ciência do kimbanda”, derivação do verbo Kubanda – desvendar.
No Brasil, a Umbanda tomou para si o fenômeno bantu da possessão e as psicoterapias religiosas, imitando as “mahamba” de Angola e do “pepo” de Moçambique. A possessão tradicional africana e a possessão das práticas de Umbanda se assemelham apenas na forma. No Umbandismo esta manifestação é puramente de foro espírita. A Religião Tradicional não oferece nenhum exemplo de qualquer doutrina do tipo espiritismo.
Linhas de Umbanda são práticas religiosas e mágicas, misturadas com o espiritismo de mesa kardecista, santos católicos, cultura nacional, cultura cigana, cultura oriental e orixás sudaneses que “baixam” nas macumbas. O sincretismo é a sua grande obra onde intervêm ainda os processos