A ténica narrativa de "Corpo Fechado"

A técnica narrativa de “Corpo Fechado”, de início, é em forma de entrevista. O “doutor”, no decorrer da história, vai entrevistando Manuel Fulô, um valentão manso e decorativo. Esse primeiro diálogo, referente aos valentões que existiam no cenário, apresenta a temática principal desenvolvida no conto: a saga dos valentões das gerais, e de maneira um tanto cômica e mágica o personagem principal, de medroso, torna-se o herói da vila.
Após o extenso diálogo inicial, o narrador homodiegético entra em cena com a frase “E assim falou Manuel Fulô”, já que a personagem principal, Manuel Fulô, gostava de contar causos.
A narrativa em questão pode ser dividida em quatro partes, com base nas próprias correções do narrador: 1) De “E assim falou Manuel Fulô” até “domicílio de gente importante”; 2) De “Ora pois, um dia, um meio-dia de mormaço e modorra, gritaram “Ó de casa!” e eu gritei “Ó de fora!”, e aí foi que a história começou” até “ponto e praga, até que ... 3) De “Até que assomou à porta da venda— feio como um defunto vivo, gasturento como faca em nervo, esfriante como um sapo — Sua Excelência o Valentão dos Valentões, Targino e Tal. E foi então que de fato a história começou. até “...não se podia saber.”); 4) De “Mas de fato, cartas dadas, a história começa mesmo é aqui. até o fim do conto.
Essas três correções sobre o início da história propriamente dita são recursos narrativos para prender a atenção do leitor, ao mesmo tempo em que sugere que uma mesma história pode ser retrabalhada de várias formas.
Na primeira parte da narrativa há o desenvolvimento do tema dos valentões do lugarejo e a apresentação do personagem principal, com informações sobre sua personalidade, sua besta e sua família. Além disso, o próprio narrador apresenta suas impressões na chegada ao arraial, com algumas frases nominais para dar o efeito pictórico: “Pois foi nesse tempo calamitoso que eu vim para Laginha, de morada, e fui tomando de tudo a devida nota. O arraial era o mais monótono