A transmissão ao vivo do carnaval fora de época de uruguaiana na formação da identidade da festa
Resumo: Tentar identificar como a informação passada nas transmissões do carnaval de rua fora de época de Uruguaiana contribuem para formação do imaginário da festa e identificação dos populares com a mesma é o principal objetivo deste artigo. Também pretende-se verificar se a transmissão tem alguma ligação, de forma direta ou indireta, com o poder modificador que a festa e seu processo de formação tem sobre a cidade como um todo, tanto em termos econômicos como sociais. E, ainda, se a memória individual em relação aos primórdios da festa ainda tem traços na festa atual e pode ser percebida na memória coletiva da sociedade uruguaianense. Para tanto, usaremos conceitos de memória e identidade social de Michael Pollak, imaginário de Michel Maffesoli, além de interdisciplinaridade e objeto de estudo da comunicação, com Luiz Martino. Palavras chave: carnaval, transmissão, imaginário, memória individual e coletiva
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Introdução: É curioso que nos garrões do Rio Grande, em Uruguaiana, fronteira com a Argentina, se fale tanto em Carnaval. Mais que isso, se viva o carnaval, já que em função da festa, fora de época, a cidade é conhecida nacionalmente e nos meses que antecipam a folia a vida por la se resuma a Carnaval e sua preparação. Desde 2005, o carnaval de Uruguaiana é fora de época. A mudança ocorreu motivada por uma ação judicial que impediu a agremiação mais antiga e tradicional do município, os Rouxinóis, de ensaiar. Sem ter como efetivar seus ensaios em tempo hábil à apresentação nos dias tradicionais, o prefeito da época, José Francisco Sanchotene Felice, resolveu mudar a data dos desfiles, o que resultou em mais tempo para as agremiações se preparem mas, principalmente, deu para importar não só as estrelas do carnaval carioca, mas suas bases, como puxadores, carnavalescos e