Politicamente incorreto
LEANDRO NARLOCH
São Paulo, 2009 Revisão textual realizada por Rosângela Viana
Editora: LEYA
CONTRA-CAPA
É hora de jogar tomates na historiografia politicamente correta. Este guia reúne histórias que vão diretamente contra ela. Só erros das vítimas e dos heróis da bondade, só virtudes dos considerados vilões. Alguém poderá dizer que se trata do mesmo esforço dos historiadores militantes, só que na direção oposta. É verdade. Quer dizer, mais ou menos. Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles
estudiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos.
POR UMA NOVELA SEM MOCINHOS
países que basta misturar chavões, mudar datas, nomes de nações colonizadas, potências opressoras, e pronto. Você já pode passar em qualquer prova de história na escola e, na mesa do bar, dar uma de especialista em todas as nações da América do Sul, África e Ásia. As adorar as respostas. pessoas certamente concordarão com suas opiniões, os professores vão O modelo é simples e rápido, mas também chato e quase sempre
Existe um esquema tão repetido para contar a história de alguns
errado. Até mesmo as novelas de TV têm roteiros mais criativos. Os ricos só ganham o papel de vilões se fazem alguma bondade, é porque foram movidos por interesses. Já os pobres são eternamente ”do bem”, vítimas da
elite e das grandes potências, e só fazem besteira porque são obrigados a isso. Nessa estrutura simplista, o único aspecto que importa é o econômico: o passado vira um jogo de interesses e apenas isso. Só se contam histórias que não ferem o pensamento politicamente correto e não correm o risco de
serem mal interpretadas por pequenos incapacitados nas escolas. O gênero também tem tabus e personagens proibidos, como o rei bom, o fraco opressor ou os povos que largaram a miséria