A transição vivida pela china, que retirou muito de seus habitantes da miséria, mas ainda não atingiu o patamar dos países ricos, terá efeito mais positivo ou negativo para o brasil?
A China indica como um desenvolvimento baseado em serviços especializados e não mais em exploração da mão-de-obra o que pode ser um excelente começo para o crescimento de uma sociedade. As grandes sociedades do futuro terão, se quiserem ser fortes e ricas, que atingir a modernidade industrial, mas também superá-la pela pós-modernidade do conhecimento. A China parece ter entendido isto e vale a pena não esquecer disto aqui, do outro lado do mundo.
A China não vai exportar o volume que exportava antes e também importará um pouco menos. No caso do Brasil, no entanto, esse efeito é reduzido porque minério de ferro e soja, que representam em media 70% das nossas exportações, continuarão sendo demandados. Outra mudança em curso igualmente importante é a migração do campo para cidade. A China tem apenas 50% de sua população na zona urbana. É muito provável, portanto, que se prolongue por mais 15 ou 20 anos o processo de migração das áreas rurais para as cidades. Nas metrópoles chinesas, essa população precisará de alojamento e alimentação. Portanto, os dois principais produtos que exportamos. Quer seja o minério de ferro, necessário para construção de casas, quer seja a soja, que será usada na alimentação desses novos habitantes, ou seja, não vão sofrer impacto importante. Na verdade, a queda que se vê hoje na cotação do minério de ferro, por exemplo, deve-se muito mais à retração das economias da Europa e dos Estados