A Tica Na Antiguidade
A ética nasceu na Grécia, praticamente junto com a filosofia, embora seus preceitos fossem praticados entre outros povos desde os primórdios da humanidade, mesclados ao contexto mítico e religioso, tentando pautar regras de comportamento para permitir o convívio entre indivíduos agrupados no conjunto da sociedade. A rigor, os gregos foram os primeiros a racionalizar as relações entre as pessoas, repensando posturas e sistematizando ações. Para Sócrates, o verdadeiro objeto do conhecimento seria a alma humana, onde reside a verdade e a possibilidade de alcançar a felicidade. O grande problema é que o indivíduo não está preparado para encontrar a verdade dentro de seu espírito. Tentando eliminar os próprios erros, ocultos em sentimentos confundidos com a felicidade, o sujeito acaba buscando somente o prazer puramente hedonista. Por esta razão, seria missão do filósofo conduzir o sujeito ao conhecimento, direcionando para eudaimonia, a verdadeira felicidade. Um conceito importante para os gregos, tanto que a palavra eudeimon tem a mesma origem etimológica, denotando riqueza e denominando um homem poderoso e com boa fortuna. Para a tradição socrática, a felicidade só pode ser alcançada pela conduta reta, a verdade só pode ser contemplada pelo conhecimento virtuoso do mundo, pelo comportamento orientado pela bondade. A virtude é o centro da ética socrática, podendo ser definida como uma disposição para praticar o bem, suprimir os desejos despertados pelos sentimentos, racionalizando as ações em benefício da coletividade. Para Platão, todas as formas de governo poderiam ser resumidas em quatro, todas produtoras de homens não éticos:
1. Timocracia. O regime dos amantes da riqueza, onde o poder é partilhado apenas entre os membros das oligarquias, palavra que em grego significa “governo de poucos”, restringindo-se ao controle exercido pelas famílias mais ricas e proeminentes que formam a nobreza. O poder é transmitido hereditariamente, sem