A terapia cognitiva comportamental e as crenças religiosas
INTRODUÇÃO
O grande interesse por estudar religião (crenças) pela ótica psicológica vem crescendo muito, ao perceber o aumento das discussões de temas referentes a psicologia da religião em artigos periódicos publicados. Esse levantamento indica uma dicotômica tendência para o estudo das características compartilhadas entre as duas vertentes do saber, tanto no sentido de traços e fronteiras epistemológicas concretas que as diferem, como para construir uma ponte conceitual que as unifique.
Os estudos de vários cultos religiosos, podem revelar informações de grande valor para a compreensão e práticas psicológicas, surgindo formas inovadoras de apreender a dimensão subjetiva de cada ser humano. Embora seus caminhos sejam divergentes no tocante, a metodologia e princípios das ciências psicológicas, se encontram aptas a ampliar seu campo de conhecimento prático e teórico, observando e estudando, essa milenar fonte de cultura popular e suas diferentes formas de relacionar-se com o sagrado.
Gradativamente, as Ciências Humanas voltaram a ser vistas como ciências do espírito, nas quais sua meta passou a ser a compreensão e comunicação, não a previsão e o controle (FIGUEIREDO 1991). Com isso, a religiosidade pôde tornar-se efetivamente um objeto de estudo da Psicologia, e a religião pôde estabelecer uma relação com a mesma, sem sobreposições entre essas diferentes áreas da existência humana.
Acredita-se que a espiritualidade acompanha o homem ao longo da história, tornando-se um componente fundamental da vida humana. Sua influência não se restringe ao âmbito sociocultural, aparecendo também na constituição da subjetividade do indivíduo, expressa em crenças, valores, emoções e comportamentos a ela relacionados.
Dessa forma, a religiosidade se faz presente nos atendimentos clínicos de Psicologia, trazida como parte da constituição psicológica dos clientes que procuram auxílio