A teoria do movimento em Aristóteles
Aristóteles escreveu sobre todas as ciências, constituindo algumas desde os primeiros fundamentos, organizando outras em corpo coerente de doutrinas e sobre todas espalhando as luzes de sua admirável inteligência. Não lhe faltou nenhum dos dotes e requisitos que constituem o verdadeiro filósofo: profundidade, firmeza de inteligência, agudeza de penetração, vigor de raciocínio, poder de síntese, faculdade de criação e invenção, aliados a uma vasta erudição histórica e universalidade de conhecimentos científicos.
O Filósofo toma sempre o fato como ponto de partida de suas teorias, buscando na realidade um apoio sólido às suas mais elevadas especulações metafísicas. No estudo de uma questão, Aristóteles procede por partes: começa a definir-lhe o objeto; passa a enumerar-lhes as soluções históricas; propõe as dúvidas; indica a própria solução e refuta, por último, as sentenças contrárias.
A teoria do movimento é algo muito importante na filosofia aristotélica.
As contribuições de Aristóteles
Para Aristóteles, a metafísica constitui-se, necessariamente, como teologia. Ele se depara com a tarefa de garantir a imobilidade do ser, afirmando, contudo, o movimento presente na natureza. Para isso, ele desenvolve uma teoria do movimento desde a dupla caracterização ato-potência. Nessa perspectiva, o movimento é a atualização disso que já pertencia a um ente enquanto virtualidade. Se o ser é não apenas ato, mas também potência, as coisas podem sofrer modificações sem deixar de ser, pois tornar-se outro será, nesta concepção, entendido como a passagem de um modo de ser a outro, ambos sempre potencialmente presentes. Desde essa interpretação, forma-se a compreensão da divindade como motor imóvel, ato puro de contemplação de si mesmo, que não se relaciona com o mundo, mas apenas o atrai. Deus, de acordo com esse pensamento, nem sequer conhece o mundo, uma vez que o conhecer é movimento, é atualização de uma potência, e a divindade, sendo perfeita, é ato