A teoria da conjuntura e a crise contemporânea
A teoria da conjuntura e a crise contemporânea
Belo Horizonte
30/07/2013
INTRODUÇÃO
A crise da economia mundial iniciada em 2008 tem causado grande impacto sobre os meios de comunicação e o pensamento social. Mais que uma simples recessão, apresenta, de fato, elementos de depressão ao produzir um intervalo de crescimento negativo, o que leva a muitos a caracterizarem-na como uma reedição da grande crise de 1929. Terá procedência esta comparação? Como podemos interpretá-la? Quais os seus determinantes e o seu alcance? Que mudanças político-ideológico e na conjuntura pode suscitar? Essas questões são de enorme pertinência não apenas para as ciências sociais, mas também para a ação política.
A ação humana seja individual, seja coletiva, tendo em sua base necessidades e interesses, implica sempre um projeto que, em poucas palavras, é uma antecipação ideal da finalidade que se pretende alcançar, com a invocação dos valores que a legitimam e a escolha dos meios para lográ-la.
Vivemos um período de grande aceleração do tempo histórico provocado pelas amplas transformações materiais e sociais trazidas pela globalização. Essa aceleração produz choques, contradições e entrelaçamentos de tendências. Distinguir a articulação específica das forças sociais que se combinam e confrontam nas realidades que se apresentam, é de importância central para identificarmos sua perenidade e nexo histórico. É alto o risco de se tomar fenômenos transitórios e aparentes por profundos e estruturais, em função do dinamismo de nosso tempo, o que exige do pesquisador uma extrema cautela. Para lidar com esta temporalidade, onde o fluxo histórico se intensifica, estabelecendo simultaneamente vínculos crescentes entre o futuro e o passado, a investigação social deve buscar os instrumentos conceituais de longa duração, submetendo-os permanentemente ao crivo dos processos empíricos.
DESENVOLVIMENTO
A construção da ciência na contemporaneidade exige