A teoria da causalidade em david hume
Para Hume, todas as ideias que possuímos têm de ter a sua origem na experiência, caso contrário, não sabemos a que essas ideias se referem, porque apenas podemos conhecer aquilo que experienciamos.
Por exemplo, tenho conhecimento da ideia de amarelo, porque tive conhecimento pela experiência de alguns objectos a que a ideia de amarelo se refere.
Como recebi através da experiência o conhecimento da ideia de amarelo? Através das impressões que o conjunto de objectos experienciados por mim produziram sobre os meus sentidos.
Sem a referência das ideias a algo dado na experiência, as ideias tornavam-se para nós meras entidades abstractas.
Como consequência disso mesmo, não nos seria possível avaliar o valor de verdade das afirmações e, portanto, não era possível fazer avançar o conhecimento, porque o conhecimento avança pela crítica e formulação de novas proposições.
Vimos que, de acordo com Hume, temos conhecimento da ideia de amarelo, porque experienciámos determinados objectos com essa mesma propriedade: a cor amarela.
E em relação à ideia de causa?
Ora, tenho conhecimento da ideia de causa.
Mas será que esta ideia resultou de alguma impressão dada na experiência? Hume diz que não.
Nós não experienciámos a ideia de causa, pois não nos é possível dizer que a causa é isto ou é aquilo. Então, como nos é possível ter conhecimento da ideia de causa? Hume responde que esse nosso conhecimento da ideia de causa é produzido na nossa mente pelo hábito, ou seja, pelo facto de verificarmos pela experiência que, sempre que acontece A1, acontece A2 e, portanto, que A1 é a causa de A2. Assim, verificámos pela nossa experiência que, sempre que acontecia A1 acontecia A2. Por exemplo, sempre que o João dava uma tacada de bilhar na bola branca, a outra bola, devido ao embate, entrava em movimento. Mas qual foi a causa de a bola ter entrado em movimento? A resposta mais comum seria dizer que a causa do movimento