A sujeição - Michel Foucal
1441 palavras
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A sujeiçãoMichel Foucault
Durante a era moderna, o corpo se tornou alvo de dois tipos de pesquisas e escritas. Uma forma anatômica e metafísica, dos filósofos e dos médicos, e uma forma técnica e política, que estava presente nos regulamentos de instituições e de formas de condutas disciplinadoras, como, por exemplo, no exército, no hospital e na família.
Para a forma de escrita sobre o corpo anátomo-metafísica dizia e se invetigava as funções do corpo, cada órgão, cada detalhe, e se procurava entendê-lo em um conjunto moral – todas as questões orbitavam as funções. Por exemplo: olho, o que é? Para que serve? Como funciona? Qual a sua função biológica e moral?
Para a forma de escrita sobre o corpo técnica-política o que se dizia apontava como torná-lo apto para um ideal de vida social. Por isso, estas técnicas informavam como fazer com que uma pessoa fosse capaz de produzir algo, como por exemplo, como um trabalhador pode conseguir mais de seu trabalho e em menos tempo, como acalmar uma pessoa considerada louca, como impedir que as crianças utilizassem indevidamente os órgãos genitais, como impedir que os soldados ficassem “molengas”, e muitos outros.
Estes conhecimentos sobre o corpo faziam com que cada vez mais as pessoas procurassem viver de forma a corresponder a eles. Assim, logo se descobriu que o que se faz com o corpo, se faz com a subjetividade das pessoas. Se alguém é treinado para ser soldado, logo ele pensará com os ideais de um soldado, terá emoções de soldado, ou seja, estará moldado por dentro e por fora para ser um soldado. O que se diria então dos esportistas, dos religiosos, dos alunos, dos trabalhadores? A modernidade a partir do corpo aprendeu a moldar as pessoas por completo, não apenas por teoria, mas, sobretudo, por meio de técnicas.
Comentário
Esse excerto traz uma das ideias centrais de Foucault, a qual diz respeito à invenção do sujeito moderno, do indivíduo moderno. Para este filósofo, a maneira como nos vemos não procede de