A substância e sua importância na concepção Aristotélica
Introdução
Visto que, ao propor um itinerário filosófico na linha metafísica, ou seja, um aprofundamento a respeito do ser, cabe ao filósofo fazer uma reflexão mais apurada de tudo aquilo que o ser transparece a ele, assim como investigar tudo aquilo que não é claro no processo de conhecimento do ser. Ao conhecer o ser, este apresenta-se de diversos modos e significações. Entretanto, alguns aspectos exigem uma particularidade, um estudo mais aprofundado, devido a sua importância. Aristóteles, na sua metafísica, percebe que o principal aspecto do ser é a “Substância”, pois a compreensão dos outros aspectos que ele encontrou no ser dependem da substância. Tendo em vista este ponto de partida, este trabalho irá tentar expor em linhas gerais o papel, a presença e principalmente a importância da substância, do ponto de vista “material”, no desenvolvimento da metafísica de Aristóteles.
1. A substância como primeiro significado do ser
Quando se faz um estudo da metafísica, este tem como finalidade descobrir “O que é o ser” e assim descrever as principais razões de sua existência. Aristóteles faz este estudo a respeito do ser pela metafísica ou “filosofia primeira”, como ele a chamava e que mais tarde seria assimilada pela posteridade com o nome de Metafísica mesmo. Mas, o que é o ser? Ao ser lançada esta pergunta, muitos filósofos buscaram responder esta indagação filosófica. O próprio Aristóteles na sua metafísica retrata a visão de alguns filósofos como Parmênides, os Eleáticos, e até mesmo Platão, o qual foi discípulo. Parmênides e os eleáticos diziam que o ser deveria ser entendido como unívoco. Essa univocidade comporta também a visão de unicidade. Em relação a Platão, este realizara grande progresso ao introduzir o conceito de não-ser. No entanto, não progredira mais, pois ele não inseriu o mundo sensível na esfera do ser. Ao questionar a posição destes filósofos,