A Sociedade e a Religião: uma caminhada etnográfica pelo centro histórico de Porto Alegre
Com a velocidade das relações sociais e de trabalho a qual está submetido o cidadão comum, os deslocamentos nas avenidas e ruas das cidades não permitem um olhar acima da linha dos olhos, menos ainda para uma breve parada e contemplar uma fachada interessante ou saber da história de um prédio por onde cotidianamente as pessoas passam.
Assim, também, as pessoas não percebem o quanto os símbolos religiosos estão presentes no seu cotidiano, tanto na arquitetura, com igrejas e prédios históricos, quanto nas lojas do Mercado Público.
A Capital do Estado, Porto Alegre, teve inicio com a chegada dos casais açorianos e, embora haja muita celeuma quanto à data precisa da fundação de Porto Alegre, o dia 26 de março do ano de 1772 é a data consagrada quando a cidade foi desmembrada de Viamão e elevada a categoria de Freguezia, embora o povoamento tivesse começado em 1732. Com o aumento do comércio em Porto Alegre e a crescente necessidade de mais espaço fez com que a pequena Capela destinada a São Francisco da Chagas, na Rua da Praia fosse derrubada e construída a Matriz de Nossa Senhora Madre de Deus, a atual Catedral Metropolitana.
A Igreja Matriz foi construída nos "Altos da Praia" junto com a Praça Marechal Deodoro, mais conhecida como Praça da Matriz. Abriga, ainda, os prédios dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e o Teatro São Pedro, o mais antigo da cidade, concluído em 1858, mostrando claramente que a Igreja Católica participava das decisões do Estado.
Fig. 1 - Catedral, Palácio Piratini e Palácio Farroupilha A materialidade da construção pelo homem de suas estruturas arquitetônicas e de mobilidade bem marcadas e diferentes do meio rural, de onde provinham pessoas em grande número, trazendo junto suas culturas profanas e sagradas.
Fig.2 – Biblioteca Pública
A sociabilidade marcada pelas relações sociais entre as pessoas, grupos, classes,