a sociedade no homem
Resenha: "A perspectiva sociológica - A sociedade no Homem" de Peter Berger.
A perspectiva sociológica – a sociedade no Homem
Neste capítulo, Berger levanta uma interessante discussão sobre a questão dos papéis sociais. A sua teoria é a de que a sociedade tem uma presença muito forte na vida do homem e, de certa forma, tem sido vista, exageradamente, como uma estrutura organizada, externa ao homem, que o aprisiona e coage. Bergel afirma que, ao contrário do que possa parecer, a análise sociológica nos mostra que quase sempre o que queremos é justamente aquilo que a sociedade espera de nós. Neste sentido, a representação do homem em eterno conflito com a sociedade deve ser relativizada.
Cada pessoa dentro de uma comunidade possui um papel pré-determinado. Algumas pessoas se sentem mais confortáveis do que outras no exercício de seu papel. todavia, por não ser possível fingir por um longo período de tempo, o papel assumido constrói não somente a ação como o ator, que passa realmente a incorporá-lo, na busca de uma coerência até mesmo interna. Em outras palavras, a consciência é determinada e transformada socialmente.
A noção de que o que o homem pensa tem origem na sociedade, é parte da teorização da chamada Sociologia do Conhecimento, que tenta estabelecer a localização social das ideias, partindo do pressuposto que estas têm sua origem na própria sociedade. E isso pode ser observado nos casos em que uma ideia serve para justificar determinada situação social.
O indivíduo adquiriria, então, sua visão da sociedade da mesma maneira como desempenha seus papéis e adquire sua identidade. Para Berger esta é também a origem da ideologia, no sentido de entendê-la como um processo de mistificação que serve aos interesses dos que detêm o poder na sociedade e que é aprendido no contexto social.
Nessa visão, as ideologias explicam e justificam determinadas formas de pensar que, em última análise, são produzidas socialmente e,