A sociedade anonima dos cupins
O cupim conta com um sistema ganglionar simples que reage a alguns estímulos de forma pouco perceptível e, às vezes, incoerente. Mas a reunião de um grupo deles faz aparecer uma espécie de atmosfera psíquica, uma vontade coletiva geradora de ações que exigem um certo grau de discernimento. Uma colônia de cupins, com vários milhões de indivíduos, consegue construir habitações sofisticadas, que exigem a solução de vários problemas complicados.
Muitos estudiosos perderam tempo procurando o centro de comando do cupinzeiro, tal como os fisiologistas do passado que dissecavam cadáveres para descobrir a alma das pessoas. É provável que a alma do cupinzeiro esteja encoberta pela trofalaxia, um fenômeno tão estranho quanto a palavra que lhe dá nome.
Ela significa que um inseto social, como é o cupim, participa de um sistema de alimentação coletiva, que se distribui de indivíduo a indivíduo por contatos boca a boca. Mas a trofalaxia não significa apenas alimento. Ela também proporciona uma forma de comunicação, com a transmissão de mensagens químicas, gota a gota. No exato momento em que as mandíbulas de dois cupins se tocam, uma minúscula gotinha se desprende da boca de um deles e passa para a do outro. Uma fração de segundo e o recado já está passado.
Até agora só foi possível decifrar algumas das dezenas,