A situação do campo de artes e da escultura no rio grande do sul no início do século xx
Heleuza Carrilho Tuka de Almeida1
RESUMO: Pretende-se analisar neste trabalho, a situação do campo das artes e da escultura no Rio Grande do Sul, tendo como objetivo apresentar a organização institucional e a emergência da escultura gaúcha. A análise possibilita o conhecimento das concepções de arte que permearam as instituições no início do século XX, bem como a interpretação da produção escultórica no Estado.
PALAVRAS-CHAVE: instituições – escultórica - gravura
O campo das artes
Para entender a modernidade na escultura gaúcha, faz-se necessário retomar sinteticamente alguns dados sobre as manifestações artísticas que tiveram início numa série de núcleos culturais instaurados no Estado com o intuito de possibilitar a formação de artistas e a criação de instituições que estimularam a arte no Rio Grande do Sul. O campo de artes começou a emergir a partir da criação das instituições de ensino, e isso foi comprovado por Fernando Corona, quando ele se dedicou às pesquisas dos vários tipos de manifestações espontâneas regionais e chegou à conclusão de que ...parece que foram as escolas que iniciaram neste sul do país o ensino das artes plásticas. Como uma escola não fabrica artistas, elas têm a missão de instruir e educar as gerações que passam, despertando nas demais o gosto e o amor pelas artes”.[1] Com a fundação do Instituto Livre de Belas Artes (ILBA), em 22 de abril de 1908, “por iniciativa do presidente da Província, Carlos Barbosa, do seu idealizador, Olinto de Oliveira, e de seu primeiro diretor, o maestro Araújo Viana, irrompe um sistema cultural no Rio Grande do Sul”.[2] Primeiramente, o Instituto funcionou em 1909 como conservatório de música, e em 10 de fevereiro de 1910, constituiu-se como Escola de Artes (EA) com apenas 7 alunos,