A segunda navegação
Metafísica – 2010/2º
Fabiano Vitor de Oliveira Campos
A segunda navegação como passagem da investigação física dos pré-socráticos ao plano metafísico
Uma das passagens mais famosas e mais grandiosas que Platão nos deixou nos seus escritos é, sem duvida, a passagem central dôo Fédom. Poder-se-ia dizer que ela constituiu a primeira exploração e demonstração racionais da existência de uma realidade supra-sensível e transcendente.
As questões metafísicas mais importantes e a possibilidade da sua solução permanecem ligadas aos grandes problemas da geração, da corrupção e do ser das coisas e estão particularmente articuladas com a individuação a causa que está no seu fundamento. Os filósofos da natureza fazem-nos compreender, em proporções aumentadas, a inconsistência dos fundamentos de caráter naturalístico e suas contradições: e justamente essas proporções aumentadas manifestam a incapacidade de uma convicção desse tipo para explicar adequadamente as coisas.
*O encontro de Anaxágoras e a verificação da insuficiência da teoria da inteligência cósmica por ele proposta
Antes de afrontar o novo tipo de investigação que conduz à solução dos problemas levantados, Platão examina a concepção da inteligência apresentada por Anaxágoras, que poderia ter fornecido uma importante contribuição exatamente para a solução daqueles problemas, mas que falhou inteiramente pelos motivos que haveremos de ver. Anaxágoras teve razão ao afirmar que a inteligência é a causa de tudo, mas não conseguiu dar a essa afirmação um fundamento adequado e uma necessária consistência, justamente porque não o permitia o método de investigação dos naturalistas, por ele seguido.
Eis as motivações, de notável importância, aduzidas por Platão: Afirma que a inteligência é causa ordenadora de todas as coisas as coisas significa afirmar que ela dispõe todas as coisas da melhor maneira possível. Isto implica a inteligência e