A sala de aula como espaço potencializador do ser saudável

Sempre que refletimos sobre o que se tem feito na escola em torno da temática saúde, nos remetemos imediatamente ao assunto que mais nos preocupa, como trabalhadoras em saúde e professoras que somos: como a sala de aula pode se constituir em um espaço capaz de fazer emergir sujeitos saudáveis. Com este texto, pretendemos levantar alguns aspectos a respeito dessa questão. Na escola, historicamente, tê-se trabalhado a saúde como uma área específica do conhecimento, geralmente sob a responsabilidade dos professores de Ciências. Assim, a saúde é tratada como sinônimo de higiene. Os livros didáticos impõem regras morais e higiênicas, trabalhando a idéia de que a saúde é uma questão de capricho individual. Procuram enquadrar as pessoas dentro de comportamentos pré-estabelecidos socialmente, em que a domesticação do corpo é o eixo central. Nessa ótica, aqueles que não cumprem as regras determinadas sã punidos com a doença.
É sabido que a corporalidade do homem é determinada pelos condicionantes sociais e culturais, ou seja, cada corpo expressa a história acumulada de uma sociedade, que marca nele crenças, valores e sentimentos.
Nas sociedades mais simples, corpo e espírito são vistos de forma indissociável. 0 homem se sente parte integrante da natureza e as relações sociais são construídas e consolidadas pelo corpo
A agilidade, a destreza e a força física são valorizadas na medida em que se traduzem em liderança e poder.
A sociedade moderna, por sua vez, dissocia esse homem supervalorizando o pensamento racional em detrimento da intuição e do sentimento. Separa o pensar do agir, controlando e disciplinando o corpo. 0 homem sofre um processo de descorporalização, na medida em que tem, em função da razão, de aprender reprimir seus afetos e seus desejos. Os movimentos corporais tornam-se dissociados e mecanizados para aumentar a produtividadee, com isso, perdem a espontaneidade e a destreza.
A sociedade ocidental promove a separação entre trabalho manual e