A sabinada
Introdução
Entre 1831 e 1833, movimentos de caráter federalista eclodiram em alguns pontos da Província da Bahia. Esses movimentos expressavam o descontentamento não só em relação à política centralizadora do Rio de Janeiro, mas também um forte sentimento antilusitano, originado do fato de os portugueses controlarem quase que totalmente o comércio varejista, ocupando ainda cargos políticos, militares e administrativos. A independência oficial do Brasil sedimentou uma estrutura econômica e política herdada da Colônia, pouco alterando a situação das massas e, por adotar um centralismo autoritário, pressionava também o sistema político nas províncias, frustrando grande parte da população. A oportunidade perdida de democratizar a prática política, de um lado, e a insistência em manter inalterado o instituto da escravidão, de outro, praticamente fizeram aflorar todo o anacronismo do Estado brasileiro, provocando várias reações.
A Revolta
Durante o período Regencial (1831-1840), diante da renúncia do Padre Diogo Antônio Feijó, considerado incapaz de conter os movimentos contra o Governo Central, e da apresentação da Lei de Interpretação do Ato Adicional (1837), o clima político brasileiro se tornou mais denso. A insatisfação recrudesceu principalmente entre os militares e maçons da província baiana. Nesse contexto, a classe média da Bahia se articulou através dos periódicos provinciais, em torno da proposta de um movimento em favor da separação temporária da Província do restante do império, proclamando uma república enquanto o príncipe D. João de Alcântara não alcançasse a maioridade. Todo o processo de instabilidade por que passava a Bahia, culminou com o início da Sabinada (1837-1838), que ocorreu em Salvador (BA) liderada pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira. Ao contrário de outros movimentos do Período Regencial, não mobilizou as camadas menos favorecidas e nem conseguiu a adesão da elite