A ruína na arquitectura
O interesse da ruína recaí muitas vezes no seu valor arqueológico, é em primeiro lugar um testemunho directo do passado, da passagem do tempo. Não deixando de ser notória a sua importância na história – isto aplica-se às famosas ruínas gregas ou às ruínas maias – a ruína é também usada como símbolo estético. Efemeridade das formas, sentimento nostálgico e de melancolia.
A ruína como possibilidade de múltiplas interpretações surge inevitavelmente associada ao conceito de paisagem. É considerado que a paisagem não é apenas expressão das relações entre a sociedade e o ambiente natural, mas também entre o presente e a “herança do passado”, não podendo efectivamente ser entendida como algo independente do seu contexto – ou, por outras palavras, do seu território. É preciso entender as relações que as comunidades estabelecem com o território, são estas que constituem a acção de ordenação e planificação do lugar. A necessidade da habituação ao sítio por parte dos seus habitantes, faz com que o território seja também um projecto. Não é possível fazer uma análise de uma ruína em particular, sem que seja feita uma observação e estudo da zona onde esta está inserida – em muitos casos a zona justifica o abandono da propriedade (entregue à destruição pelo tempo), em outros casos estão envolvidas forças políticas maiores e talvez outras burocracias (…). Em questões de ruína há casos justificados e injustificados, compreensíveis ou incompreensíveis, num grande panorama que afecta todo o tipo de zonas e paisagens.
“Places we remember and places we antecipate are mingled in present time.