A revolução dos bichos
ORWELL, George. A Revolução dos bichos. 6.ed. São Paulo: Edibolso, 1975.
No livro A “Revolução dos Bichos”, do autor indo-inglês George Orwell, os animais de uma fazenda decidem não mais aceitar as condições indignas proporcionadas pelo seu proprietário, o Sr. Jones ¨0 Homem é nosso verdadeiro e único inimigo. Retire-se da cena o Homem, e a causa principal da fome e da sobrecarga de trabalho desaparecerá para sempre.”. Após o levante e a expulsão dos humanos, os animais assumem o controle da fazenda e passam a administrá-la sob a ótica socialista, onde todos são tratados como iguais.
Após algum tempo, as ambições e as vaidades pessoais sobressaem e revelam o lado obscuro do poder. À máxima “todos os animais são iguais”, acrescentou-se o complemento bizarro “mas alguns animais são mais iguais do que os outros”, e um grupo assume o comando submetendo e explorando o trabalho dos demais. George Orwell resume na obra uma ojeriza a todo tipo de autoritarismo, seja ele familiar, comunitário, estatal, capitalista ou comunista. À época, foi interpretada como uma fábula satírica sobre a Revolução Russa e muitos oportunistas a utilizaram como propaganda anticomunista. O autor fez uma dura crítica ao totalitarismo de um modo geral, e ao soviético em particular:
Mas naquele luxo de que Bola-de-Neve lhes falara certa vez, baias com luz elétrica e água quente e fria, e na semana de três dias, não se falava mais. Napoleão denunciara tais idéias como contrárias aos princípio do Animalismo. A verdadeira felicidade, dizia ele, estava em trabalhar bastante e viver frugalmente.
Mas não poupou o capitalismo do Reino Unido, onde as condições de exploração da mão de obra do proletariado (mais-valia) assemelhava-se ao que vemos hoje em alguns países periféricos, onde se utilizam de trabalho análogo à escravidão. Embora a obra possa ser comparada aos eventos ocorridos na Rússia a partir do início do século 20, a