a revolta dos cabanos
A Revolta dos Cabanos ou Cabanagem ocorreu na Província do Grão-Pará, que compreendia o Amazonas e o Pará, entre 1835 e 1840. Cabanos era o nome dado aos negros, índios e mestiços que habitavam as casas miseráveis às margens dos rios da região. Formavam uma massa de marginalizados que deu à Cabanagem o caráter mais popular de todas as rebeliões ocorridas nas províncias brasileiras no período regencial (1831-1840). A princípio requisitados pela elite local para fazer frente ao domínio de portugueses e ingleses no comércio de Belém - capital da província e de onde controlavam a economia da região -, a revolta foi sendo progressivamente radicalizada.
Desde 1822, as agitações em torno da Independência atingiam a região, que mantinha poucos vínculos com o Rio de Janeiro, sendo muito diretamente influenciada por Lisboa. O Pará só aderiu à independência com um ano de atraso, em agosto de 1823, e ainda assim após a interferência do poder imperial com o envio de tropas comandadas pelo inglês Grenfell. A partir daí, o governo central passa a sofrer uma radical oposição da população local, que contestava e desafiava as autoridades provinciais por ele nomeadas.
Os conflitos entre as autoridades e a população agravaram-se com a instabilidade política gerada pela abdicação de D. Pedro I e a instalação da Regência. O movimento armado estoura em 1835, com a participação de uma enorme parte da população, especialmente dos mais pobres. A princípio a revolta é controlada por seus líderes, dos quais os mais expressivos são Eduardo Nogueira Angelim, Clemente Malcher, o cônego Batista de Campos e os irmãos Manuel e Francisco Vinagre. Quando os cabanos conseguem dominar a capital e mantê-la sob seu poder durante um período de dez meses, o movimento entra num momento de desavenças internas e desorientação política, formando-se um governo desorganizado que ai, pouco a pouco, cedendo às pressões do governo imperial.
O poder central envia reforços militares e navais