1. Caracterize o movimento do ponto de vista temporal e geográfico. A revolta da vacina ocorreu em novembro de 1904, no Rio de Janeiro (ainda capital federal). A cidade tinha má fama devido à péssima condição do porto e às diversas enfermidades que infestavam a cidade, matando dezenas de imigrantes recém aportados. O presidente Francisco de Paula Rodrigues Alves, ao tomar posse em 1902, trouxe drásticas mudanças para a população do Rio de Janeiro. Ele então nomeou Oswaldo Cruz como chefe da Diretoria de Saúde Pública, confiando-lhe o dever de acabar com algumas das principais doenças que assolavam a cidade - tais como a varíola, a febre amarela e a peste bubônica. Para isso, criou um grupo para espalhar raticidas pela cidade, desinfetar casas, e comprar ratos mortos por 300 réis cada, para que a população matasse os roedores e os vendesse. Tudo isso com o intuito de acabar com a peste bubônica, já que a pulga do rato era o principal agente transmissor da doença. Depois disso, realizou uma campanha para exterminar o mosquito transmissor da febre amarela, cuja brigada exterminadora chegava a invadir as casas para desinfetá-las. Com a finalidade de acabar com a varíola, Oswaldo Cruz baixou uma lei que tornava a vacinação obrigatória. Porém, isso foi a gota d'água para a maioria da população. Boa parte da elite era positivista e via isso como um ataque à liberdade individual. Além disso, as pessoas que já haviam sofrido com o bota-abaixo, - ação do governo que destruiu diversos cortiços e casas, fazendo com que as pessoas mais pobres fossem morar em áreas periféricas, com o intuito de construir bulevares e grandes avenidas no centro da cidade - estavam tendo suas casas invadidas e sendo vacinados a força, mesmo muitos não acreditando em micróbios. A partir disso, houve uma revolta, parcialmente orquestrada por grupos políticos que já planejavam a realização de um golpe com a intenção de uma volta dos presidentes ligados ao exército, ou ainda mesmo a volta da