A Revolta Da Vacina Trabalho Meu
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Antecedentes: O Cenário do Rio de Janeiro.
Por meio deste ensaio buscar-se-á, contemplar a Revolta da Vacina em sua plenitude, traçando o contexto, ou seja, a conjuntura do evento, com base na historiografia tradicional e atual, onde se formará essa complexa rede de fatos e acontecimentos, que resultarão na Revolta da Vacina, de 1904.
Desvincular a Revolta da Vacina, de historiografias antiquadas, que analisavam os acontecimentos com visão elitizada, é um dos principais objetivos deste estudo. A partir de 1990, a historiografia sociocultural, que evoluía na Europa desponta como linha interpretativa no Brasil. Essa nova ideologia, mescla de história e antropologia, resulta em uma nova interpretação dos fatos ocorridos em 1904.
Para analisar o que foi a eclosão da chamada Revolta da Vacina de 1904, na então capital federal, o Rio de Janeiro, é importante entender onde ela estava inserida, portanto, é necessário ressaltar que se estava vivendo um momento decisivo de transformação da sociedade brasileira, assim como nos mostra Nicolau Sevcenko em “A
Revolta da Vacina” era um cenário de constituição preponderante da urbanização burguesa, resultado de um enquadramento do país numa nova ordem econômica mundial instaurada pela Revolução tecnológica, que havia começado por volta de 1870, muito custoso para os grupos populares.
Em meio a todo esse contexto temos o presidente Francisco de Paula Rodrigues
Alves, que governou o Rio de Janeiro de 1902-1906, salienta José Murilo de Carvalho em “Os Bestializados: O Rio de Janeiro e a República que não foi”, Rodrigues Alves promoveu as obras de Saneamento e de reforma urbana da cidade e assim, descreve que o mesmo, “conseguiu poderes quase ditatoriais” para o engenheiro Pereira Passos, nomeado prefeito e para o médico Oswaldo Cruz, nomeado diretor do serviço da saúde Pública, com isso a estrutura da cidade passa por transformações, o “botaabaixo”, José Murilo Carvalho faz uma comparação com o modelo