A Revista F Rum Trouxe Em Novembro Do Ano Passado Dados Levantados Pela Rede Angola Sobre O Acesso E Perman Ncia Da Popula O Negra No Ensino Superior Nos Ltimos Anos

A revista Fórum trouxe em novembro do ano passado dados levantados pela Rede Angola sobre o acesso e permanência da população negra no ensino superior nos últimos anos. Os números realmente parecem animadores, afinal o ingresso de negros na educação superior cresceu 232% de 2000 para 2010. Parece um número extraordinário, no entanto, trocando em miúdos, isso quer dizer que a cada 100 brasileiros que entram no ensino superior 26 são negros. Para um país que tem a segunda maior população negra do mundo (só perdendo para a Nigéria), ainda é um número tímido, podemos melhorar com certeza. A revista comenta que essa evolução no acesso de negros ao ensino superior é fruto de ações afirmativas desenvolvidas pelo Governo Federal nas últimas décadas. Tais ações são exemplos de políticas públicas que contribuem para a promoção da igualdade.
Os dados divulgados pela Rede Angola também trazem outra realidade a ser observada cuidadosamente: menos de 3% dos formados em medicina são pretos ou pardos. Ou seja, apesar do avanço no ingresso da população negra ao ensino superior, a permanência dessas pessoas lá ainda é um desafio a ser superado. Precisamos de políticas públicas que elevem esse número, que possibilitem não só o acesso, mas a permanência e a formação do negro. Acontece de muitas vezes de um negro conseguir ingressar na faculdade por sistema de cota, mas não conseguir ficar devido à distância, a um trabalho exaustivo ou outros fatores que acabam gerando o abandono do curso. Então essa política de ingresso teria que vir acompanhada de outras que promoveriam a permanência.