A religião islâmica
Os fundamentos do Islã.
O islamismo não é uma religião original. Formou-se com base nas religiões judaica e cristã e sua cultura nasceu do encontro das civilizações altamente desenvolvidas da Grécia, Pérsia, Egito e Crescente Fértil. O Crescente Fértil envolvia as ricas terras da Palestina, do Líbano, da Síria e da Mesopotâmia, atual Iraque. Na parte cultural, os conquistadores foram subjugados pelos conquistados. Os contos Alf Laylah wá Laylah (As Mil e Uma Noites) eram originalmente persas, não árabes. Os persas escreveram os mais importantes livros da Hadith (Tradição), tanto da seita xiíta quanto da sunita. Contribuíram também na formação de cientistas como o físico e filósofo Avencina (Ibn Sina), formado nas universidades ocidentais.
Porém, a cultura árabe floresceu esplendidamente durante a Idade Média, enquanto o "período das trevas", ocasionado pela Inquisição, colocou a Europa na mais completa escuridão cultural. Devemos aos árabes a conservação da cultura grega e muitos aspectos culturais europeus inspiraram-se em costumes árabes. Alguns consideram que a concepção da cavalaria, na Europa, a arte bélica desenvolvida em volta do cavalo, foi uma noção que veio do islã.
Paradoxalmente, os muçulmanos preservaram a cultura grega para o Ocidente, que mais tarde iria ser o fermento do Renascimento, quando os cruzados levaram aquela cultura e as ciências árabes para a Europa. Enquanto isso, os árabes permaneceram fiéis aos rígidos ensinamentos do Corão, sem desvio de rota.
Lendo-se o Corão, observa-se que as idéias centrais são repetidas dezenas e dezenas de vezes, como o sermão de um pároco que discorresse sobre um só tema. As ilustrações são diversas, os ensinamentos são veementes, nobres e profundos. O livro sagrado dos muçulmanos afirma como verdadeiras as primeiras revelações divinas: "Verdadeiramente, nós lhes enviamos a Torá, cheia de ensinamento e luz" (5: 45). O Corão relaciona os pecados a serem evitados e as virtudes