A rede social
A história da humanidade é uma história de processos associativos, de assimilações, de integrações, de fusões: no campo da economia, da política, da cultura. Esses movimentos são espontâneos ou provocados, pacíficos ou violentos, desejados ou impostos.
De carácter localizado, condicionados pela proximidade geográfica, os processos de agregação entre povos diferentes começaram, com a abertura das rotas transoceânicas, a assumir novas configurações: o colonialismo moderno, os imperialismos mundiais, as hegemonias económicas e culturais sobre povos de outras latitudes e longitudes com itinerários históricos e culturais profundamente diversos.
No mundo em que vivemos, esses processos traduzem-se na maioria dos casos em relacionamentos hegemónicos em resultado dos desequilíbrios económicos e tecnológicos das partes envolvidas: os mais fortes em busca de relações económicas privilegiadas e em troca de planos de ajuda que são bem-vindos e desejados pelos mais vulneráveis. Mas é também no quadro dos desequilíbrios que se inscrevem as reacções contra-hegemónicas que se vão manifestando em diferentes quadrantes por parte de grupos sociais e mesmo de alguns governos, procurando minimizar a marginalização e, afirmando a própria especificidade, conjugar esforços para uma participação mais pró-activa na cena internacional.
A dinâmica da integração transcende, em tempos de economia-mundo, a vontade dos povos. Não se põe, hoje, a questão de se ser a favor ou contra os processos de agregação. Estes têm vindo a constituir uma tendência irreversível que acompanha a expansão das oportunidades comunicação, directa ou através de redes intermediárias, um movimento inexorável do processo histórico. A formação do Estado Nação nasce da integração de povos que habitavam o mesmo espaço geográfico. Hoje, o Estado Nação ensaia, com avanços e recuos, o salto para inéditas formas de agregação, negociando áreas daquilo que representou a sua razão de ser: a