A RECUPERAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA PARA A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
O objeto deste trabalho é analisar a evolução da recuperação ambiental no Brasil, que vai desde o surgimento dos conceitos relacionados ao tema, como meio ambiente, impacto ambiental, recuperação de áreas degradadas, área de preservação permanente (APP); até o surgimento dos aparatos jurídicos que tratam a proteção da natureza.
A humanidade vem, desde o começo dos tempos, modificando o meio ambiente ao seu redor, buscando a cada momento adequá-lo às suas necessidades. Neste grande processo de transformação, o ser humano tem se mostrado o maior agente responsável pelas mudanças no meio ambiente.
Nos séculos XIX e XX, o sentimento humano da apropriação, fruto da ideologia liberal-individualista, somado aos avanços tecnológicos e científicos da Revolução Industrial e da Pós-Revolução Industrial, intensificou a exploração dos recursos naturais, deixando-os exclusivamente à mercê das regras de mercado (PILATI, et al., 2011).
A crise ambiental é o reflexo dessa contraposição entre os interesses do homem – o desenvolvimento – e da natureza – a preservação e o equilíbrio ambiental (PILATI, et al., 2011).
A América do Sul é um grande exemplo desta contraposição de interesse, pois segundo dados de 2001, apresenta 1% de terras devastadas, 11% leve ou moderadamente degradadas e 1% de terras forte ou extremamente degradadas (ISRIC/UNEP, 1991 in ARAUJO, 2010).
O Brasil é o segundo país com a maior cobertura vegetal do mundo, ficando atrás apenas da Rússia. Entretanto, o desmatamento está reduzindo de forma significativa à cobertura vegetal no território brasileiro.
A história brasileira está intimamente ligada à Mata Atlântica, que detém uma elevada biodiversidade e é considerada um dos mais importantes biomas do mundo. Entretanto, também, carrega o dogma de um dos biomas mais ameaçados, sendo considerado um hotspot para a conservação (áreas mais importantes para preservar a biodiversidade na Terra), dado seu alto grau de endemismos e ameaças de extinções