A QUESTÃO DO ESPAÇO NO JOGO TEATRAL E O ESPAÇO CONCRETO DA SALA DE AULA
Contemporâneo é aquele que mantém fixo o olhar no seu tempo, para nele perceber não as luzes, mas o escuro. Giorgio Agambem
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Turma 902. Esta é uma das turmas que mais apresentam rejeição ao ensino de artes cênicas. Apesar de não ser tão numerosa, dispersão, ironia, indisciplina, desrespeito , desinteresse e outros fatores negativos, são a marca desta turma, basicamente em todas as disciplinas. Icle (2009) ressalta que "Por diferentes caminhos tornou-se verdade entre nós que, ensinar teatro, ensina a ser cidadão,ensina a ser um bom aluno, ensina a viver melhor, ensina a ter um objetivo na vida, ensina a não ser violento, enfim, ensina a ser humano e completo, por intermédio das práticas criativas isomorfas 'as práticas profissionais de teatro".
Parafraseando Icle, pensar a pedagogia teatral constitui algumas dificuldades metodológicas, o que acabando delimitando uma ordem que pode ser nomeada de "verdades teatrais". Uma segunda dificuldade para Icle é que a discussão do que é ou não é teatro se "espraia" num jogo de verdades sobre o que ensinar, o que aprender e como essas tarefas podem ter êxito?...o que é mesmo teatro? que se pode entender por ensinar teatro?
Este era o enigma a ser decifrado com a turma 903. De onde partir? Se praticamente todos os planejamentos de uma aula prática com esta turma, acabam se diluindo pela dificuldade de aplicabilidade, de se ouvir as regras e de estabelecer o jogo?
Numa roda de bate papo com estes alunos, buscando uma maior aproximação com o universo de cada um, poucos se sentiram a vontade para falar sobre si, seus familiares, ou sua forma de lazer. O que se percebe nas entrelinhas é a opressão que cada um vive, seja por problemas e conflitos familiares, ou pela opressão imposta pelos aspectos sociais comunitários, Ou seja, uma comunidade que é marcada pela