A questão da beleza na contemporaneidade
Tomando como base o pensamento de que o corpo jamais mereceu tanto cuidado e atenção como na atualidade, desde os aparatos, adereços, vestuários até os inúmeros métodos e técnicas e as possibilidades de transformação corporal através de cirurgias plásticas, o corpo vem se tornando um verdadeiro objeto de consumo. Com isso, a preocupação dos indivíduos, as expectativas em corresponder a sua aparência corporal ao corpo veiculado como modelo, padrão, exemplo de perfeição e beleza a ser alcançado por todos que desejam fazer sucesso frente à sociedade, são aspectos que confirmam aquilo que podemos entender como culto ao corpo.
O culto ao corpo coloca-se hoje como preocupação geral atravessando todos os setores, classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso ora voltada à questão estética, ora à preocupação com a saúde. Assim, a percepção do corpo na contemporaneidade é dominada pela existência de um vasto arsenal de imagens visuais e técnicas que investem na transformação corporal, projetando corpos perfeitos para sociedade, de modo que não basta ser saudável: há que ser belo, jovem, estar na moda e ser ativo.
Antes de qualquer análise mais acurada é preciso que fique claro que, óbvia e felizmente, nem todos estamos passivos e submetidos a esta ditadura da beleza, uma vez que, como sujeitos de desejo, a singularidade de cada um deve estar sempre presente ao analisarmos um fenômeno da cultura. Generalizações são sempre perigosas e a presente reflexão não deixa de lado as saudáveis resistências e a não passividade de todos aos ditames impostos pela cultura do body fitness.
Diante de tanta modernidade e avanços tecnológicos, o corpo tem sido arquitetado e construído para atender a funções e necessidades específicas, fabrica-se um corpo funcional que vai servir