A Psicossomática e a Terapia Assistida por Animais (TAA)

A Psicossomática e a Terapia Assistida por Animais (TAA) - uma relação possível.
SCHARRA, Deila Maria Ferreira
Médica-veterinária com Mestrado em Ornitopatologia - UFF; Especialização em Geriatria e Gerontologia
– UNESA; Pós-graduada em Psicossomática e Cuidados Transdisciplinares com o Corpo – UFF. [e-mail] INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade a discussão sobre doença e saúde vem carregada de superstições, de explicações religiosas, mitológicas e sem dúvida alguma cheia de questionamentos para os quais não há ainda um consenso. Acompanhando essa dissidência, surge a relação mente-corpo, ora tratada como sendo constituída por elementos distintos, ora observada como uma unidade inseparável e indissolúvel. Dentro da ótica da modernidade, Descartes nos oferece uma separação da mente e do corpo, onde a religião, a filosofia e a medicina os estudam como partes totalmente separadas, adotando a postura dualista. A partir do século XX, Freud, ao mencionar o determinismo psíquico volta a atenção para os aspectos internos do homem, embora mencionasse a sua percepção do ego corporal. Por outro lado, em 1917, Grodeck, ao publicar um trabalho sobre determinação psíquica e tratamento psicanalítico das afecções orgânicas, sinaliza um marco da medicina psicossomática¹.
A Psicossomática a partir de então sofreria um processo de evolução que segundo Júlio de Mello Filho poderia ser dividida em 3 fases: psicanalítica, behaviorista e multidisciplinar.¹ Para Mello Filho (1992), a evolução da psicossomática ocorreu em fases. A primeira, denominada de fase inicial ou psicanalítica, sob a influência das teorias psicanalíticas, teve seu interesse voltado para os estudos da origem inconsciente das doenças, das teorias da regressão e dos ganhos secundários da doença. A segunda, também chamada de fase intermediária, influenciada pelo modelo Behaviorista, valorizou as pesquisas tanto em homens como em animais, deixando assim grande legado aos estudos do