A precariedade de profissionais
Belmira Oliveira Bueno
Universidade de São Paulo
Resumo
Correspondência:
Belmira Oliveira Bueno,
Faculdade de Educação da USP
Av. da Universidade, 308
05508-900 São Paulo – SP e-mail: bbueno@usp.br
1 .A primeira versão deste texto foi apresentada como parte da tese
Autobiografias e formação de p r o f e s s o r e s :um estudo sobre representações de alunas de um curso de magistério (Bueno, 1996, cap.I). Em 1997, uma versão modificada foi apresentada na XX
Reunião da ANPEd, no GT “Formação de professores”.
Este artigo trata de questões teóricas e metodológicas relacionadas às abordagens (auto)biográficas. Considera que a partir dos anos 1980 houve um redirecionamento dos estudos sobre formação docente, cuja ênfase sobre a pessoa do professor veio favorecer o aparecimento de um grande número de obras e estudos sobre a vida dos professores, as carreiras e os percursos profissionais, as autobiografias docentes ou o desenvolvimento pessoal dos professores (Nóvoa, 1982).
Mais do que ver um simples modismo nas abordagens que tomaram a perspectiva de explorar aspectos da subjetividade do professor, o texto busca compreender o que motivou tamanha adesão às abordagens (auto)biográficas. Nessa perspectiva, discute as rupturas que se operam no campo das ciências humanas em relação aos métodos convencionais de investigação, desde as primeiras décadas do século XX, buscando mostrar como a subjetividade passa a se constituir na idéia nuclear e articuladora das novas formulações teóricas que realimentam as diversas áreas, a partir de então.
A seguir examina as especificidades do método biográfico
(Ferrarotti, 1985), sublinhando seu valor heurístico para a investigação das relações entre história social e história individual. Na última parte apresenta uma caracterização dos estudos com histórias de vida de professores,