Esboço para anteprojeto.
Estação
CETREDE/UFC/UECE
MEDICINA ITINERANTE E PRECARIEDADE DA SAUDE NO CEARÁ: estudo da itinerância do exercício da medicina no Ceará
(PROJETO)
EQUIPE
Prof. Dr. João Bosco Feitosa dos Santos (Doutor em sociologia)
Profª. Dª Telma Bessa (Doutora em História)
Prof. Dr. Jose Meneleu Neto (Doutor em sociologia)
Prof. MS. Carlos Henrique Lopes (Mestre em Políticas Publicas)
Marco Aurélio de Andrade Alves (Cientista Social)
Fortaleza – 2007
1 INTRODUÇÃO
A experiência acumulada em estudos do mercado de trabalho em saúde, notadamente com as categorias profissionais de médicos e enfermeiros, é instigante ao mostrar que esses profissionais são essenciais para o funcionamento do sistema de saúde. Em verdade, a configuração desse sistema formal de saúde reflete decisivamente no exercício das atividades dos profissionais envolvidos, ao mesmo tempo em que recebe influência da organização do tempo desses profissionais que adequam suas agendas e compromissos de trabalho conforme sua “pretensa” capacidade de assumir postos de trabalho que lhes são ofertados. Essa prática influencia, sobremaneira, na eficácia do atendimento aos usuários do sistema, seja aos indivíduos, seja às instituições demandantes dessa mão-de-obra. Desse modo, essa relação vai formando um ciclo dialético do labor e do sistema de saúde que tem conseqüências importantes na configuração dos recursos humanos em saúde.
A literatura especializada há muito tempo trata sobre questões relativas ao papel do médico como central e hegemônico na equipe de saúde, papel esse que enseja hierarquização e desigualdades sociais entre as diversas profissões. Tal situação de privilégio e status foi reforçada com as reformas hospitalares em que os profissionais médicos adquiriram maior poder de decisão e controle sobre a vida dos pacientes e demais profissionais da área de saúde, sendo somente eles, portanto, que podem diagnosticar, prescrever e